sábado, 9 de junho de 2012

Repostagem - das coisinhas patéticas do amor


Não vá para longe de mim.

Tantas coisas não faziam mais sentido pra mim,
algumas ainda não fazem.
Mas o que posso dizer é que muitas coisas já mudaram.
Eu pensei que seguiria meu caminho e tudo continuaria como estava,
um pouco triste, um pouco vazio...
e ainda assim um pouco feliz.
Estou tentando me refazer em meio a tantas mudanças.
Gosto tanto de você.
Tenho vontade de ser muito mais do sei que posso.
E ser o melhor o presente para você viver.
As vezes eu te olho, e quero nunca parar de te olhar.
E tantas vezes te olho e me perco, porque não consigo mais saber onde 
eu termino e onde você começa.
E tantas vezes te olho e me perco, porque não consigo mais saber onde você está.
Não vá para longe de mim.
Mesmo que chova semanas inteiras, não vá para longe de mim.
Mesmo que tudo pareça confuso, triste ou vazio...
não vá para longe de mim.
A felicidade é tão frágil, mas o amor compreende todas as dores do mundo.
Gosto tanto de você.
Me dê esta chance de descobrir o que ainda não descobri.
E te ensinar o melhor daquilo que aprendi.
Eu venho sobrevivendo em meio a confusão do dia a  dia.
Eu venho me construindo, como uma casa que sempre precisa de novos reparos,
e entendo que as vezes preciso começar do zero.
Eu quero, eu preciso, mas espero que você continue comigo.
Mesmo que tenhamos mais ruínas do que paredes, não vá para longe de mim.
Mesmo que tudo pareça bem complicado, não vá para longe de mim.
Porque, mesmo sem sabe, por toda vida te esperei...

Hoje eu sai andando pelas ruas sem esperança, tentando de alguma forma ocupar  minha mente.
Mas o que encontrei foram destroços de minha alma em cada esquina por onde passei, e me flagrei contando sobre o dia que nos conhecemos.Sempre fui tão sincera com você e porque  agora então  eu teria que fingir?
Se mostrar os sentimentos é humilhação,  terei que viver com isso.
Eu estou indo bem, estou cuidando de tudo aqui, mas ainda não sei onde vou encontrar a felicidade.
Hoje eu vesti a roupa mais bonita que eu tinha e sai como se não houvesse nada no mundo além de mim e minha tristeza.Tentei não pensar, tentei sorrir, mas isso só fez minha dor aumentar.Sempre fui tão sincera com você e porque agora então eu teria que fingir?
Dizer que não desejo saber, que não desejo encontra-lo caminhando sozinho como eu?
Eu estou indo bem,estou cuidando de tudo aqui, mas ainda não achei minhas chaves.
Eu sei que eu não deveria ter ligado, e que  lamentar-se é coisa de gente fraca.
Se mostrar os sentimentos é fraqueza, terei que viver com isso.
Queria poder ter determinação para seguir aquilo que me proponho, e uma delas foi te esquecer.
Porque achei que seria fácil? Porque tudo parece tão  fácil pra você?
Não tem mais lugar neste mundo para nós, não encontrei ainda um lugar pra mim.



domingo, 13 de maio de 2012

Talvez eu nunca tenha conseguido te ver como você é.
Nunca tenha conseguido te sentir, me aproximar de você.
preocupada de mais com minhas angustias e questionamentos ...
Eu sei que você sempre esteve ao meu lado, me aquecendo no frio,
mas eu não soube dizer obrigada.
Apesar de tudo eu acreditei...eu lutei... do meu estranho jeito de entender as coisas, eu entendia
que esse era o nosso jeito de amar.
Há tantos cacos espalhados por essa casa, pedaços de mim, de você.
Está doendo tanto, mas no entanto você nunca vai saber,
Eu nunca encontrei um bom jeito de dizer
Queria poder fugir deste lugar, e não sentir o que estou sentindo, e fazer você deixar de sentir o que esta sentindo.
Talvez eu nunca tenha conseguido ouvir  o que você realmente quis me dizer.
Sempre tão preocupada em ouvir meus próprios dilemas,
Eu sei que você sempre esteve comigo, me esperando do trabalho no ponto de ônibus, tarde da noite.
Mas eu nunca soube dizer obrigada.
Esta doendo tanto ...que eu mal consigo encontrar palavras.
Me perdoe, me perdoe, me perdoe...mas eu não quero mais me sentir só estando ao seu lado.
Eu não quero que você se sinta tão só estando ao meu lado.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

"Repostagem": A carta


A carta.

 Abril de  2010


Querido e leal marido,


Antes que comece a levantar hipóteses sobre o motivo pelo qual eu  tenha resolvido partir,
eu os falarei francamente, sem eufemismos,  meias verdades.
Há uma goteira em nosso quarto.
E a xícara de café que esqueci no criado mudo esta envolvida por dezenas de formigas.
Tem um vazamento na torneira.
E a umidade apodreceu o armário de  madeira e nele nasceu um cogumelo.
O verão acabou.
E você continua com a cabeça raspada daquele jeito que eu não gosto.
A cadela insiste em fazer suas necessidades na soleira da porta.
O gato não para de miar.
Você fez o jantar e ficou ótimo.
Eu nunca mais fiz o jantar porque detesto cozinhar.
Depois de três dias você lavou a louça que eu não tive coragem de lavar.
Os lençóis ainda estão no varal apesar de chover há quase uma semana.
Você quebrou minha unica jarra de suco.
E me obrigou a visitar sua mãe.
Não foi comigo ao enterro de minha avó.
Você me comprou um presente para me agradar porque achou que eu andava muito nervosa.
Tenho gostado de ficar no trabalho.
E quando saio do trabalho, acho poderia ficar mais um pouco no trabalho.
E que o transito não estava suficientemente caótico para  me prender na rua por mais três quartos de hora.
Você me acusa de ser egoísta.
E estou te deixando porque sou egoísta demais para dividir tanta felicidade com você.
Estou te deixando porque você não é capaz de conter o inverno que se aproxima,
porque você não é capaz de fazer parar de chover.
Porque você não sabe consertar telhados, e nem colar cacos de jarras de suco.
Estou te deixando porque você é  único imbecil patético capaz de achar que estou bonita, mesmo quando estou cinco quilos acima do meu peso.
Você me fez engordar com seus jantares deliciosos e cheio de nutrição.
Você me fez corada e bem nutrida.
Eu quebrei a antena da televisão porque não conseguia sintonizar o canal.
Não suporto mais viver com você nem com essa merda de televisão.
Se eu assistisse mais televisão não pensaria tanto no fato do quanto me parece insuportável viver com você.
Não suporto sua paciência, sua felicidade e seu bom humor.
não suporto suas piadas,
 e tenho vergonha quando você conta piadas em público.
Eu não suporto quando você para de contar suas piadas simplesmente porque eu as odeio.
Eu detesto perder o controle da situação.
E chorar para que você me perdoe.
Detesto ouvir você pedir perdão quando na verdade quem  está errada sou eu.
Sou egoísta. 
Neurótica.
Infeliz ...
Manipuladora ... e o que mais?
Ah ... e acho seus amigos um bando de ignorantes sem cultura.
Você não foi comigo no enterro da minha avó.
Quebrou minha jarra de suco.
O aluguel aumentou.
Crianças pequenas chorando me irritam.
O shopping estava cheio no sábado.
Meu shampoo acabou e nosso vizinho não para de tocar sua maldita tuba.
Sendo assim, 
eu vou nessa, cara.
Deixei aquele meu CD que você gosta, e sei que você vai ouvir todas noites que passar acordado lamentando minha partida.
Com Amor , 
sua esposa egoísta, infiel e ingrata.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

a carta 2

Quando ele terminou de ler a carta, já estava amanhecendo.
Ele chegou em casa do trabalho e observou que não estavam acesas as luzes da sala.
Abriu a porta, tirou o  tênis encharcado e colocou os perto da porta.
Esvaziou os bolsos: chaves,celular, celular,carteira e  moedas.
Decidiu preparar um café para recebe-la.
Vinte minutos se passaram até que o café ficasse pronto e passasse de quente para morno.
Até definitivamente esfriar.
Ele disca o primeiro digito do número da celular da esposa.
A discagem é direta, está salvo na memória do aparelho.
Ele escuta uma música que não lhe é  nada estranha.
Verifica: o aparelho celular da mulher toca em cima do balcão de mármore.
A pasta de trabalho dela está em cima do sofá.
Pensa que talvez ela não tenha ido trabalhar.
Ou que foi trabalhar, chegou em casa e saiu em seguida pra comprar algo para o jantar.
Mas ela nunca se preocupa com o jantar.
Talvez tenha saído pra comprar shampoo.
E ele faz uma expressão de felicidade ao lembrar do perfume  dos cabelos de sua adorada mulher.
Pensa que pode ter esquecido sua pasta.
E ainda está no trabalho, no transito...com essa chuva deve ter pego varios pontos de alagamento.
Meneou com a cabeça pensando na agonia dela, com fome e com frio.Presa num congestionamento.
Resolveu dar comida para o gato.
E pelo janela viu a cadelinha correr pelo quintal.
Decidiu lava-lo.
Mas antes colocou uma panela de feijão no fogo e uma coxas de frango para assar.
Anoiteceu e ele já se debatia em desespero.
Sem saber onde buscar noticias, resolveu ler histórico de suas conversas on line.
Marcará um encontro com dois homens diferentes em dois lugares diferentes.
Um deles um ex namorado e o outro um colega de trabalho.
Sentia se consternado, mas depois riu da situação.
Estava certo de que ela não foi se encontrar com nenhum deles.
Tomou um banho e depois de jantar, deitou-se no sofá.
Dormiu até as duas da manhã.
Ao acordar, atordoado correu para o quarto e abriu a porta do guarda-roupa.
Vazio.
Procurou por vestígios do que teria acontecido a sua insana mulher.
Lembrou se do blog em que ela escrevia quando sentia se infeliz.
Sua última postagem intitulada " A carta " era a resposta para aquela
pergunta.