segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

a carta 2

Quando ele terminou de ler a carta, já estava amanhecendo.
Ele chegou em casa do trabalho e observou que não estavam acesas as luzes da sala.
Abriu a porta, tirou o  tênis encharcado e colocou os perto da porta.
Esvaziou os bolsos: chaves,celular, celular,carteira e  moedas.
Decidiu preparar um café para recebe-la.
Vinte minutos se passaram até que o café ficasse pronto e passasse de quente para morno.
Até definitivamente esfriar.
Ele disca o primeiro digito do número da celular da esposa.
A discagem é direta, está salvo na memória do aparelho.
Ele escuta uma música que não lhe é  nada estranha.
Verifica: o aparelho celular da mulher toca em cima do balcão de mármore.
A pasta de trabalho dela está em cima do sofá.
Pensa que talvez ela não tenha ido trabalhar.
Ou que foi trabalhar, chegou em casa e saiu em seguida pra comprar algo para o jantar.
Mas ela nunca se preocupa com o jantar.
Talvez tenha saído pra comprar shampoo.
E ele faz uma expressão de felicidade ao lembrar do perfume  dos cabelos de sua adorada mulher.
Pensa que pode ter esquecido sua pasta.
E ainda está no trabalho, no transito...com essa chuva deve ter pego varios pontos de alagamento.
Meneou com a cabeça pensando na agonia dela, com fome e com frio.Presa num congestionamento.
Resolveu dar comida para o gato.
E pelo janela viu a cadelinha correr pelo quintal.
Decidiu lava-lo.
Mas antes colocou uma panela de feijão no fogo e uma coxas de frango para assar.
Anoiteceu e ele já se debatia em desespero.
Sem saber onde buscar noticias, resolveu ler histórico de suas conversas on line.
Marcará um encontro com dois homens diferentes em dois lugares diferentes.
Um deles um ex namorado e o outro um colega de trabalho.
Sentia se consternado, mas depois riu da situação.
Estava certo de que ela não foi se encontrar com nenhum deles.
Tomou um banho e depois de jantar, deitou-se no sofá.
Dormiu até as duas da manhã.
Ao acordar, atordoado correu para o quarto e abriu a porta do guarda-roupa.
Vazio.
Procurou por vestígios do que teria acontecido a sua insana mulher.
Lembrou se do blog em que ela escrevia quando sentia se infeliz.
Sua última postagem intitulada " A carta " era a resposta para aquela
pergunta.