sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ReLÓgio Do SoFriMenTo


Abre o livro.
as páginas caem vagarosamente...
As horas escorrem ... em gotas que delizam pelo vidro da janela.
O dia morre... agonizante, frágil e inútil.
A noite nasce, anoitece e o ponteiro se move sem fôlego.
quase querendo parar.
Silencia o tempo que marca o seu sofrimento
que é de espírito de carne, tormento.
Navalha corta pele que sangra ondas de desejo.
Cada milímetro vai aos poucos se rompendo.
O tecido branco de algodão
limpa o piso em brandos movimentos,
Sua dor é um monumento.
Descompassadas pulsações.
O ponteiro asfixia e para o tempo,
tempo de espera e desalento...
Sombras na parede,
os monstros e os brinquedos
sorriem.
As portas se abrem
se fecham as portas.
suspira...respira...aspira...inspira
Aspirina.
Pensamentos moribundos estendidos no tapete azul do quarto.
Quanto tempo?

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